Até tu, Clube do Hardware?
O Clube do Hardware sempre se caracterizou por excelentes artigos, muito bem escritos, sem chavões e sem espaço para achismos, o que infelizmente é muito comum em sites de tecnologia em geral.
Contudo, o texto "A Verdadeira Importância do BIOS UEFI" desfez esta tradição.
O artigo está cheio de bobagens. Primeiro, o termo "BIOS UEFI" pode ser aceitável para fins de propaganda, mas não para uso num artigo que se propõe a definir "a verdadeira importância" da nova tecnologia. No período de transição BIOS->UEFI a maioria dos firmwares UEFI terão o Compatibility Support Module (CSM), que emula um BIOS para sistemas legados.
Depois, o sujeito insiste em chamar a BIOS. Nem precisa comentar...
Para início de conversa, ela apresenta somente 1.024 KB? A que exatamente está se referindo aqui? O tamanho do chip onde o BIOS é armazenado? Existem placas-mãe com flash ROMs de 16Mbit (2MiB) no mercado hoje. Os fabricantes não adotam chips maiores basicamente pela questão do custo.
A UEFI Abre Caminho para Capacidades de Boot Imediato. Mito. Um BIOS pode ser tão rápido quanto um firmware UEFI se for bem programado. Com UEFI, os fabricantes estão sendo pressionados para tomarem vergonha na cara e pararem com o nonsense de perder vários segundos até carregar o sistema operacional.
O Windows 8 foi projetado para UEFI. Se o autor tivesse assistido à palestra (que está disponível na internet), saberia que os supostos "boatos que o Windows 8 sequer pode rodar em sistemas não-UEFI" têm boa chance de serem mentira. O que acontecerá é que para um fabricante de PC/tablet/whatever conseguir homologar seu produto com o selo "Designed for Windows 8" ele será obrigado a usar UEFI com Secure Boot, como foi bastante comentado ultimamente na discussão a respeito de como ficarão sistemas não-Windows em máquinas com este recurso. Porém todos sabem que as vendas do Windows não dependem só de integradores que vendem o sistema pré-instalado. Eu aposto um café (puro, por favor) que a Microsoft não será maluca de não suportar sistemas BIOS-based no Windows 8.
A principal vantagem dos firmwares UEFI é que são códigos 32 ou 64-bit, que rodam com o processador no modo protegido, não 16-bit em modo real (com todas suas limitações) como os BIOS. Outras vantagens incluem suporte total ao particionamento GPT, que acaba com o limite dos 2TiB (2,2TB) do particionamento MBR, um mecanismo para evitar colisões quando existe mais de um sistema operacional instalado (instalar o Windows e perder o GRUB que carrega o Fedora, por exemplo), entre muitas outras coisas.
É com tristeza que vejo a qualidade dos artigos do CdH decair.
[Atualização - 08/01/2015] Felizmente foi um caso isolado. Desde quando criei este post (2011), não vi mais bobagens assim lá.
Contudo, o texto "A Verdadeira Importância do BIOS UEFI" desfez esta tradição.
O artigo está cheio de bobagens. Primeiro, o termo "BIOS UEFI" pode ser aceitável para fins de propaganda, mas não para uso num artigo que se propõe a definir "a verdadeira importância" da nova tecnologia. No período de transição BIOS->UEFI a maioria dos firmwares UEFI terão o Compatibility Support Module (CSM), que emula um BIOS para sistemas legados.
Depois, o sujeito insiste em chamar a BIOS. Nem precisa comentar...
Para início de conversa, ela apresenta somente 1.024 KB? A que exatamente está se referindo aqui? O tamanho do chip onde o BIOS é armazenado? Existem placas-mãe com flash ROMs de 16Mbit (2MiB) no mercado hoje. Os fabricantes não adotam chips maiores basicamente pela questão do custo.
A UEFI Abre Caminho para Capacidades de Boot Imediato. Mito. Um BIOS pode ser tão rápido quanto um firmware UEFI se for bem programado. Com UEFI, os fabricantes estão sendo pressionados para tomarem vergonha na cara e pararem com o nonsense de perder vários segundos até carregar o sistema operacional.
O Windows 8 foi projetado para UEFI. Se o autor tivesse assistido à palestra (que está disponível na internet), saberia que os supostos "boatos que o Windows 8 sequer pode rodar em sistemas não-UEFI" têm boa chance de serem mentira. O que acontecerá é que para um fabricante de PC/tablet/whatever conseguir homologar seu produto com o selo "Designed for Windows 8" ele será obrigado a usar UEFI com Secure Boot, como foi bastante comentado ultimamente na discussão a respeito de como ficarão sistemas não-Windows em máquinas com este recurso. Porém todos sabem que as vendas do Windows não dependem só de integradores que vendem o sistema pré-instalado. Eu aposto um café (puro, por favor) que a Microsoft não será maluca de não suportar sistemas BIOS-based no Windows 8.
A principal vantagem dos firmwares UEFI é que são códigos 32 ou 64-bit, que rodam com o processador no modo protegido, não 16-bit em modo real (com todas suas limitações) como os BIOS. Outras vantagens incluem suporte total ao particionamento GPT, que acaba com o limite dos 2TiB (2,2TB) do particionamento MBR, um mecanismo para evitar colisões quando existe mais de um sistema operacional instalado (instalar o Windows e perder o GRUB que carrega o Fedora, por exemplo), entre muitas outras coisas.
É com tristeza que vejo a qualidade dos artigos do CdH decair.
[Atualização - 08/01/2015] Felizmente foi um caso isolado. Desde quando criei este post (2011), não vi mais bobagens assim lá.
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