Mídia de instalação do Windows em MBR ou GPT?

Há uma enorme confusão sobre esse assunto. Afinal, para instalar o Windows em UEFI, a mídia de instalação precisa estar particionada em GPT?

BIOS UEFI[1] suportam particionamento MBR e GPT, enquanto BIOS antigos (não UEFI) apenas suportam MBR[2]. Tanto faz, portanto, com UEFI. Então por que muita gente acha que GPT é requerido? Presumo por dois motivos:

→ O Windows requer que o disco de destino, no qual será instalado, seja particionado em GPT. A exigência, contudo, não aplica-se à mídia de instalação.

→ O Rufus artificialmente restringe a criação de mídias compatíveis com UEFI ao particionamento GPT, ao contrário do Media Creation Tool (MCT) da Microsoft, que sempre particiona em MBR.

Tal comportamento do Rufus tem como objetivo evitar confusão, pois discos em GPT não iniciam em máquinas com BIOS antigos. Assim, tem-se uma mídia UEFI-only.

Já discos em MBR funcionam com BIOS antigos. Será que tais mídias iniciam também em UEFI, visto que o tipo de particionamento não é impeditivo? Aí entra a restrição artificial… o Rufus propositadamente força o uso de NTFS, mesmo que não haja arquivo maior do que 4 GiB a ser copiado (que permitiria o uso de FAT32). A especificação UEFI obriga que os fabricantes implementem FAT. Qualquer outro sistema de arquivos é opcional — e pouco comum[3].

E havendo arquivo maior do que 4 GiB? De novo, outra restrição artificial… o UEFI:NTFS, um bootloader ponte, cujo único propósito é carregar o driver EFI NTFS e o bootloader da partição NTFS em questão (\EFI\BOOT\BOOT<arquitetura>.EFI), não será instalado numa segunda partição[4]. Assim, caso o BIOS UEFI implemente apenas FAT, a mídia não será inicializável.

Eu discordo dessa escolha e acho que o modo híbrido, ativado pela combinação de teclas Alt+E, deveria ser padrão. Como esperado, o modo híbrido faz três coisas: particiona em MBR, usa FAT32 quando não houver arquivo maior do que 4 GiB e instala o UEFI:NTFS quando houver.

O Media Creation Tool (MCT) sempre usa FAT32. Como? Porque a mídia por ele baixada (ESD) é diferente do arquivo ISO público. Tem menos edições e não possui arquivo maior do que 4 GiB. Curiosidade: por causa do limite das ferramentas do Windows de formatar FAT32 com no máximo 32 GiB, discos criados pelo MCT terão uma partição com no máximo essa capacidade — espaço excedente fica como não alocado. O Rufus, por outro lado, permite formatar FAT32 até 2 TiB (apelidado de Large FAT32 acima de 32 GiB).

Relacionado:
Pendrive de instalação do Windows a partir do Linux (II)


[1] Mesmo não sendo correta, adotei essa terminologia.
[2] GRUB inventou a partição "BIOS Boot" em GPT, de onde seu código da protective MBR tenta buscar o core.img. Windows (com razão) não tem equivalente.
[3] Algumas máquinas possuem BIOS UEFI com suporte nativo ao NTFS.
[4] Partição de 1 MiB no final do disco, com sistema de arquivos FAT12.

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